EFEITO PLACEBO

Sabemos que a ação e benefício de uma medicação depende de variáveis como sua ação específica naquela doença, suas propriedades farmacológicas e as inúmeras características do paciente que a tomará. E existe ainda o EFEITO PLACEBO... ㅤ

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Placebo é definido como uma substância inerte sem efeito biológico, usada para satisfazer um indivíduo muito mais do que prover qualquer efeito farmacológico real. São usados, por exemplo, nos estudos randomizados controlados, os melhores para avaliarmos a eficácia e segurança de uma nova terapia. Ele ajudará a diferenciar os efeitos reais de uma intervenção dos provenientes de outras variáveis como a história natural da doença, processo natural de cura, expectativas do paciente naquele tratamento, influencia do médico e equipe que o assiste, entre outros.
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Mas porque falar disso? Bem, porque os efeitos do placebo podem ser “milagrosos” para certas doenças ou doentes. Não é tão comum o uso de “pílulas de farinha”, mas vemos pacientes que experimentam uma melhora desproporcional e inesperada com o uso de vitaminas, suplementos, drogas extremamente diluídas como na homeopatia, etc. E isso não é uma crítica específica ao uso dessas substâncias, apenas uma constatação.  

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Uma análise de 215 estudos em osteoartrite com mais de 40.000 participantes mostrou que 75% da redução de dor NÃO teve nada haver com qualquer medicamento usado, mais sim a “efeitos contextuais” como expectativas, crenças, grau de resiliência, comportamento do médico e equipe, discurso motivacional, local de tratamento agradável, entre outros. Podemos refletir tanta coisa com esses dados... Estamos acreditando e gastando com substâncias que nem sequer foram comparadas com placebo ou se foram não foram assim tão melhores ou com estudos “mal feitos”? Quanto somos influenciados por um “bom papo”, um rótulo bonito e uma celebridade usando? Estamos acreditando em qualquer coisa menos em nós mesmos e no nosso poder sobre o nosso tratamento?
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