OS ANTI-TNFs SÃO TODOS IGUAIS?

Quem são e como agem os ANTI-TNF? Como meu Reumatologista escolhe entre eles? Existe um melhor que o outro? Perguntas recorrentes e difíceis de resumir em um post, mas vamos esclarecer alguns pontos. Os ANTI-TNFs são medicamentos sofisticados pertencentes a classe dos imunobiológicos e que agem “bloqueando” uma substância chamada fator de necrose tumoral (TNF – sigla em inglês). Essa substância inflamatória tem papel fundamental na gênese de várias doenças reumatológicas como a artrite reumatoide, espondiloartrites, entre outras. E normalmente se liga a receptores presentes nas células ou solúveis (“soltos”) para fazer sua ação.

 

Os anti-TNFs são medicamentos criados por engenharia genética e que podem ser  anticorpos monoclonais, produzidos por um único clone de linfócito B, ou serem uma proteína de fusão. E o seu nome dá a dica:

 

 XIMABE = anticorpo monoclonal quimérico, ou seja, parte da imunoglobulina (outro nome dado aos anticorpos) tem origem humana e parte de rato (25 a 30% de proteína animal).

 Infliximabe (Remicade® ): aplicação é via endovenosa e após doses de indução a manutenção é feita a cada 8 semanas.

 

 UMABE = anticorpo monoclonal humano, gerado em ratos:

 Adalimumabe (Humira®): aplicação é via subcutânia a cada 14 dias.

 Golimumabe (Simponi®): aplicação pode ser subcutânea mensal ou endovenosa mantido a cada 8 semanas.

 

 ZUMABE = anticorpo monoclonal humanizado, “base”humana com pequenas partes de rato (5 a 10% de proteína animal):

 Certolizumabe-pegol (Cimzia®): um fragmento de um anticorpo monoclonal humanizado conjugado com moléculas de polietilenoglicol. A aplicação é subcutânea e após doses de indução mantida a cada 2 ou 4 semanas.

 

 CEPT = proteína de fusão:

 Etanercepte (Enbrel®): composta pelo receptor solúvel do TNF e uma porção de imunoglobulina humana (outro nome dado aos anticorpos). A aplicação é subcutânea uma ou duas vezes por semana.

 

Como podemos notar eles têm o mesmo alvo e, via de regra, a mesma eficácia para as diferentes doenças e subtipos de uma mesma doença em que são indicados.  Mas o fato de possuírem estruturas moleculares diferentes é o que provavelmente determina algumas particularidades de cada um. E são essas particularidades, como por exemplo a forma de administração, doses, rapidez de ação e incidência de efeitos colaterais, que podem determinar qual dos anti-TNFs utilizaremos. No próximo post quero falar um pouquinho sobre algumas dessas características que os diferenciam e podem ser um dos fatores determinantes da nossa escolha.

 

 

Foto: Canva free images