Existem mais de 80 doenças autoimunes ou imune mediadas descritas. E elas afetam até 20% da população mundial, a maioria mulheres (vamos conversar sobre isso logo mais...). Na nossa vida reumatológica a grande maioria das doenças que tratamos são autoimunes. E elas podem à princípio parecerem bem diferentes. Por exemplo, a esclerose múltipla que afeta o sistema nervoso e a doença de cronh o intestino. Mas elas seriam “mais do mesmo” já que são provenientes dos mesmos fatores de risco. Então porque são tão diferentes? Porque cada uma resulta de uma combinação diferente desses fatores, como um mosaico, só que da autoimunidade.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ
A genética ,ou seja, a “tendência familiar” é o principal fator. Mas, são os fatores ambientais que dão aquele “start” para tudo se engrenar. Eles que determinarão em que momento e muitas vezes “se” sua doença vai começar.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ
infecções diversas;
estresse emocial;
tabagismo;
sol;
microbioma (as bactérias, vírus, fungos, etc. que “moram” em nós sem causar danos), por exemplo nossa microbiota intestinal.
adjuvantes (já falei sobre eles nos posts sobre síndrome ASIA).
entre outros...
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ
Os fatores hormonais (estrogênio, vitamina D, etc.) entram nessa jogada ajudando a modular o processo. Mas além disso o que vemos com muita frequência são pessoas que não tem apenas uma, mais duas ou mais doenças autoimunes juntas! Por exemplo, tireoidite de Hashimoto e e Lúpus, entre várias combinações possíveis. E esse fenômeno resulta do chamado “caleidoscópio da autoimunidade”. Que ocorre pelo compartilhamento de fatores de risco, principalmente genéticos, iguais por doença diferentes.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ
E é esse “caleidoscópio” que explica porque em uma mesma família a genética para se ter doença autoimune não “pesa” só para um doença. Ou seja, muita vezes a mãe tem vitiligo, já a filha desenvolve lúpus e a prima tem diabetes do tipo 1...
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ
Post baseado na palestra homônima do Prof. Yehuda Shoenfeld no Congresso Brasileiro de Reumatologia - 2018!