A popular “canelite” ou síndrome do estresse tibial medial (SETM) é uma causa importante de dor sobre a metade inferior póstero-medial da tíbia (deslize para ver figura). Ela é mais comum em corredores e praticantes de exercícios balísticos (aqueles que combinam técnicas de alta velocidade com resistência) como basquete, vôlei, hockey, ginástica, dança, etc. O que ocorre é uma periostite, inflamação na ligação entre os músculos e tendões desse local com o periósteo do osso da tíbia. A dor costuma piora pela manhã e no início do exercício e melhora com o aquecimento do local. Mas com o tempo pode se tornar persistente durante todo o exercício e ao repouso.
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Principais fatores de risco:
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Ausência de profissional capacitado, o educador físico por exemplo, para planejar e acompanhar a execução dos exercícios;
Aumentos excessivos e repentinos na intensidade, duração e frequência dos treinos;
Prática de exercícios em superfícies muito “duras”, como asfalto, e terrenos mais acidentados;
Uso de sapato inadequado para seu tipo de pisada e sem sistema de amortecimento.
Pés com pisada muito pronada ou supinada;
Fraqueza ou desequilíbrio de força nos músculos da perna e falta de alongamento do complexo gastrocnêmio-sóleo;
Outros fatores biomecânicos e anatômicos como joelho valgo ou varo, tíbia “torcida”, anteversão femoral, anormalidades do arco plantar e discrepância no tamanho das pernas.
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Uma boa avaliação é muito importante para que se descartem outras causas de dor nessa região. Como a fratura por estresse da tíbia e a síndrome compartimental, condição onde ocorre “perda da elasticidade” da fáscia muscular que não comporta mais a expansão muscular após o exercício físico.
Na SETM a radiografia (RX) da perna é normal e as alterações inflamatórias são vistas com detalhes apenas por RNM. A investigação, tratamento e prevenção da SETM podem ser conduzidos pelo Reumatologista em conjunto com fisioterapeuta e educador físico.