DOENÇA DE STILL DO ADULTO

Já se passou mais de um século desde a descrição dessa doença por George F. Still em crianças e apesar dos avanços no seu estudo ela continua sendo um desafio para a medicina. A doença de Still do adulto acomete mais jovens, em sua maioria entre 16 e 35 anos, com poucos casos em idade mais avançada. Hoje ela já é considerada uma doença multisistêmica autoinflamatória. As “síndromes autoinflamatórias” são um grupo curioso de doenças onde devido a uma ou várias mutações genéticas o indivíduo passa a produzir “por conta” grandes quantidades de substâncias inflamatórias. 
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Os principais sintomas da DSA é febre alta, manchas avermelhadas “cor de salmão” pelo corpo e artrite em articulações grandes e pequenas. Essas manchas ocorrerem junto com a febre e duram somente algumas horas. É muito frequente que o paciente apresente dor de garganta e sintomas de mal-estar, dor muscular e nas articulações pouco antes da doença se iniciar.
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Outros sintomas como perda de peso, aumento do tamanho do fígado e baço, linfadenopatia (“ínguas”) e anemia. Um pouco menos frequente a inflamação da pleura (membrana que reveste os pulmões) e pericárdio (membrana que reveste o coração), formação de líquido e inflamação no coração podem ocorrer. O comprometimento renal, do sangue e neurológico são mais raros.
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Apesar da DSA apresentar várias características de uma doença inflamatória sistêmica, ela não apresenta nem fator reumatóide nem FAN positivos. Temos o aumentos de exames inespecíficos de inflamação como o VHS e PCR, leucocitose (aumento as série “branca”do sangue e anemia. A ferritina, uma proteína do sangue, muito aumentada é um exame que pode ajudar o pouquinho o reumatologista a suspeitar dessa doença.
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Estabelecer o diagnóstico dessa doença é um grande desafio para o Reumatologista, já que seu diagnóstico é de exclusão. Ou seja, temos que descartar várias outras doenças “mais comuns” que podem causar sintomas semelhantes. Como, por exemplo, doenças infecciosas, malignas e outros reumatismos. O tratamento inclui o uso de corticoide, metotrexato e imunobiológicos (anti-TNF e tocilizumabe, por exemplo) a depender do caso.
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Foto: Canva Free images