EXERCÍCIO FÍSICO E DOR

Pois é, nem só de serotonina vive o cérebro de quem faz exercícios físicos. Para quem tem doença reumatológica a a ideia de um “pool” extra de serotonina pode não ser tão atrativo a ponto de levá-lo para academia. Poderíamos resolver isso facilmente com uma colher de brigadeiro (isso no meu caso, é claro). Afinal, principalmente no começo, a “ressaca” dolorosa do outro dia pode ser terrível o suficiente para nos fazer desistir de tudo antes mesmo de começar.


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Mas sempre temos boas notícias. O mesmo cérebro que “produz dor”, quando algo não vai bem, produz substâncias analgésicas extraordinárias. Além de ficarmos mais “alegrinhos” podemos reduzir nossas dores com a prática regular de exercícios. E esse efeito analgésico ocorre em diferentes modalidades sejam eles aeróbios, de resistência ou isométricos.


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A mais conhecida dessas substâncias é sem dúvida a endorfina. Descoberta nos anos 70, seu nome é a abreviação de “morfina endógena”. Na verdade, temos um verdadeiro sistema opióide no cérebro, com vários peptídeos deferentes. Eles se ligam aos mesmos receptores dos medicamentos opióides (morfina, tramadol, codeína, por exemplo). Tudo isso sem precisar de receita especial ou gerar efeitos colaterais.
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Outras substâncias analgésicas produzidas são:
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 Oxido nítrico (produzido logo após o exercício).
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 Noradrenalina (controla funções cardiovasculares, mobilização de energia e a liberação de hormônios e catecolaminas).
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 Endocanabióides (“idênticas” às substâncias presentes na cannabis, com a diferença de serem produzidas em quantidades seguras e não “fritarem seu cérebro”).
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 Serotonina (que além de modular o humor, emoções e o sono também tem efeitos em áreas cerebrais envolvidas na dor). ㅤ


Além disso, existe a produção de citocinas anti-inflamatórias IL-4, IL-6, IL-10, IL-11 e IL-13, por exemplo, que agem diretamente no sistema imunológico diminuindo a inflamação e dor. Ou seja, além de tudo o exercício também “desinflama”. A chave está na persistência, uma vez “engrenado” esse sistema analgésico natural pode fazer maravilhas.

Foto: Dean Bradshaw