O herpes-zóster (HZ), também conhecido popularmente como “cobreiro” é causado pela reativação do mesmo vírus que causa a catapora, o vírus varicela-zóster. Que é diferente do vírus do herpes simples que causa lesões na boca e genitais. Quem já teve catapora permanece com o vírus latente (adormecido) nos gânglios dos nervos do corpo. E quando reativado ele migra até a pele causando lesões. A desregulação do sistema imunológico, principalmente em idosos, pessoas imunocomprometidas por doenças crônicas (portadores de câncer e infecções pelo HIV, por exemplo) ou por medicações imunossupressoras é o principal fator para a reativação do vírus.
O fato da doença afetar apenas uma “metade” do corpo é uma característica da doença que fez a fama de muitos benzedores. Figuras típicas do interior do Brasil, sempre carinho e portando seus raminhos de arruda. Traçavam uma linha imaginária dividindo o corpo do individuo e diziam “Daqui não vai passar!” E realmente nunca poderia. Já que a doença, circunscrita a um dermátomo, afeta nervos sempre de apenas um lado do corpo. Seguindo sempre uma história previsível:
Antes de surgirem as lesões na pele ocorre formigamento e dor no local, que pode ser bem forte. E que pode deixar pacientes e médicos confusos, já que não existe “nada ali” para justificar tanta dor.
O paciente pode ter febre, calafrios, dor de cabeça e mal estar.
Logo após, de 2 dias a 3 semanas, o local fica vermelho e começam a eclodir “bolinhas de água”, as vesículas.
Após 5 a 7 dias, as vesículas viram crostas e o ciclo da doença chega ao fim.
Alguns pacientes, infelizmente, evoluem para um quadro de dor crônica, por meses ou anos, que chamamos de neuralgia pós-herpética. Quando o HZ acomete a face, nervos cranianos, ele pode levar a complicações importantes. Como o HZ oftálmico que pode ocasionar lesões oculares e até a perda da visão.
Apesar de ter resolução espontânea dentro de aproximadamente 7 dias. O tratamento está indicado, enquanto ainda temos vesículas, já que ele pode acelerar a cura das lesões e diminuir a chance do paciente evoluir com dor crônica no local.
Para isso podemos usar o aciclovir ou outros antivirais de posologia mais cômoda como o valaciclovir. Já o tratamento da neralgia é feito com anticonvulsivantes, antidepressivos triclíclicos e analgésico, além de terapias tópica, bloqueios neurais, técnicas de estimulação medular e até tratamento cirúrgico em casos mais graves.
A vacina contra a varicela não é eficiente para prevenir o HZ, na formulação usada para vacinar crianças. Desde 2014, podemos contar com uma vacina específica. Ela pode ser administrada a partir dos 50 anos, porém seu Reumatologista que deverá indica-la, de acordo com seu casos e medicações em uso, já que se trata de uma vacina de vírus vivo atenuado.