Quase metade dos pacientes com lúpus apresentam em algum momento queda de cabelo. Usamos o termo alopecia, que é a redução parcial ou total de pelos ou cabelos em uma determinada área da pele, para designar esse problema. Que é, sem dúvida, um importante sintoma. Já que faz parte dos novos critérios diagnósticos da doença. No paciente lúpico ela poder ser de três tipos: específica do lúpus; não específica do lúpus e não relacionada ao lúpus.
A alopecia especifica geralmente apresenta-se com vermelhidão e descamação na pele. E ocorre devido a inflamação das lesões de pele do lúpus que destroem o folículo capilar daquela região. No lúpus do tipo discoide (manchas escamosas bem definidas, vermelhas de vários tamanhos, que tendem a curar com atrofia, cicatrizes e alterações pigmentares) a perda naquela região pode ser definitiva.
A alopecia não específica não deixa cicatriz, ou seja, o cabelo pode voltar a crescer. A principal manifestação é o chamado “LUPUS HAIR”, um cabelo fraco, seco, frágil e tortuoso. Geralmente, no couro cabeludo ao longo da testa e que melhora ou piora a depender da atividade da doença. Outra causa frequente é o eflúvio telógeno, uma condição autolimitada que se caracteriza pelo aumento da queda diária de fios de cabelo.
Na alopecia não relacionada ao lúpus temos a do tipo areata. Que se caracteriza por uma queda de cabelo em forma de círculo, totalmente sem cabelo, mas sem vermelhidão ou descamação. Ela está relacionada a diversos fatores como genética, fatores emocionais, traumas físicos, além da participação autoimune. Outra causa comum, é a alopecia androgenética, ou calvície, uma forma de queda de cabelos geneticamente determinada.
Sem esquecer, que algumas drogas imunossupressoras, usadas para tratar o lúpus, podem ser responsáveis pela perda REVERSÍVEL de cabelo.
Bem, como vocês perceberam a queda de cabelo no lúpus pode ter várias causas e, consequentemente, tratamentos diferentes. Por isso, não podemos generalizar e comparar o problema de um paciente com o de outro. Podem ser causas completamente diferentes! E cuidado com o uso indiscriminado de vitaminas, elas podem não ajudar em nada... Seu Reumatologista sempre com a avaliação de um Dermatologista irá avaliar a causa e o tratamento adequado. Lembrando, que os pacientes são sempre orientados a evitar o sol e usar chapéus como forma de proteção!
