NOVAS RECOMENDAÇÕES PARA ARTRITE PSORIÁTICA

A revista Arthritis & Rheumatology de janeiro desse ano trouxe a primeira diretriz conjunta do ACR (American College of Rheumatology) e NPF (National Psoriasis Foundation) sobre o Tratamento da Artrite Psoriásica (AP). E estamos de olho acompanhando as novidades que logo chegaram por aqui também... 

A recomendação mais comentada foi a o uso dos anti-TNFs (etanercept, infliximabe, adalimumabe, golimumabe, certolizumabe) como agentes de primeira linha (“primeira opção”), para pacientes com AP periférica virgens de tratamento, ao invés dos medicamentos modificadores do curso da doença sintéticos (MMCD-s) - sulfassalazina, metotrexato, leflunomida, ciclosporina e apremilaste – para casos de doença MAIS GRAVE.  Aqui no Brasil o último PCDT da AP recomenda o uso de antiinflamatórios (AINES) por três meses se falha dos MMCD-s, pelo menos 2 medicações por seis meses, e só então a possibilidade do uso de agentes anti-TNFs para os casos de AP periférica (artrite, entesite e dactilite).  Lembrando que na AP axial (coluna/sacroilíacas) os MMCD-s não são eficazes e após uso de AINES inicia-se um anti-TNF ou inibidores de IL-17 a depender do caso. Outras recomendações incluíram:

 

 Importância de cessar o tabagismo, já que diminui o efeito das medicações biológicas.

 

Para AP periférica:

 

 Uso os AINES antes do Metotrexato (MTX) somente em casos muito leves e após considerar o risco cardiovascular e renal dessas drogas.

 

 Na falha dos MMCD-s talvez seria melhor já trocarmos para um anti-TNF, ao invés de tentar outra medicação desse tipo.

 

 Os MMCD-s poderiam ser utilizados em casos de doença com moderada/baixa atividade nos pacientes que preferem tomar via oral ou tem algum receio no uso dos anti-TNFs.

 

Na AP axial:

 

 Nos pacientes GRAVES ou quando os anti-TNF não são uma boa opção (insuficiência cardíaca, história anterior de infecções graves ou doenças desmielinizantes) iniciar no lugar dos inibidores da IL-17 é considerado.

 

 

A diretriz inclui recomendações quanto aos inibidores da inibiores da IL-17, como o secuquinumabe que já está disponível no SUS no último PCDT. Além das recomendações para uso de inibidores da interleucina 12/23 (ustekinumab), CTLA4-Ig (abatacept) e inibidores de JAK (tofacitinib). Além das recomendações trata tratamento da AP com predomínio de entesite, concomitante doença inflamatória intestinal, diabetes ou infecções graves. Os autores admitem que, em geral, as recomendações são condicionais devido ao baixo nível de evidência dos estudos. Já que existem muitos que comparam as medicações com o placebo, mas ainda pouco que comparam umas com as outras. Só com mais estudos comparativos que poderemos saber a melhor estratégia para tratar esses pacientes.