NOVAS RECOMENDAÇÕES NA SAF

E temos novas recomendações do EULAR publicadas nessa edição da revista Annals of the Rheumatic Diseases sobre o tratamento da Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide (SAF). E é cada vez mais comum recebermos no consultório, após triagem com o clínico geral ou com seu Ginecologista, pacientes que apresentam positividade para os anticorpos antifosfolípides (anticoagulante lúpico, anti-cardiolipina IgG/IgM/IgA ou anti-B2 glicoproteína I IgM/IgG) mas que NÃO possuem nenhum histórico de fenômenos tromboembólicos (trombose arterial, venosas em grandes ou pequenos vasos) ou morbidade gestacional (3 ou mais abortos com menos de 10 semanas de gestação OU 1 ou mais abortos com mais de 10 semanas de gestação OU parto prematuro com menos de 34 semanas devido eclampsia, pré-eclâmpsia ou insuficiência placentária). O que fazer com esses pacientes? Existe alguma forma de prevenirmos as tromboses tão preocupantes dessa doença?
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Inicialmente, após avaliação criteriosa do Reumatologista, definimos se esse paciente será classificada como alto ou baixo risco para trombose. E isso dependerá, entre outros fatores, da existência de outros fatores de risco cardiovascular (tabagismo, hipertensão, dislipidemia, diabetes, etc.) e da presença de um perfil de alto risco de positividade dos anticorpos antifosfolípides:


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 Quando vários deles são positivos ao mesmo tempo.


 Presença do anticoagulante lúpico mesmo que “sozinho”.

 

 Caso eles persistam em títulos altos mesmo com dosagens repetidas ao longo do tempo.

 

 Nos pacientes que possuem anticorpos positivos, mas como dito acima NÃO PREENCHEREM CRITÉRIOS para SAF, e que possuírem esse perfil de anticorpos de alto risco mesmo que não tiverem outros fatores de risco cardiovascular DEVEM receber baixas doses de AAS (75 a 100mg/dia). Já que os trabalhos mostram uma redução no risco de trombose pela metade! E isso vale também para os portadores de lúpus.  ㅤㅤ


Quando o resultado dos seus exames mais parece uma “sopa de letrinhas”, mas você não sente nada, não tire conclusões precipitadas! Converse com seu Reumatologista!