Reumatismo e a Gripe A/H1N1, o que todos nós precisamos saber!

  A preocupação com a gripe, principalmente a causada pelo sorotipo de influenza H1N1, nos visita nessa época do ano quando o inverno se aproxima. Este ano, estamos assistindo a uma corrida precoce pela vacina e histeria generalizada por conta dos casos que mal esperaram o verão terminar e já são anunciam pela mídia. Não é para menos, os casos graves e óbitos pela infecção são crescentes. Em nosso estado, o último boletim epidemiológico (com dados até 09/04/2016) registra mais de 163 casos notificados e 3 óbitos. Em meio a toda essa preocupação, nos deparamos com notícias e informações mentirosas e sensacionalistas, que confundem a população e se seguidas podem ser extremamente perigosas. Desta forma, a informação e a correta proteção são de extrema importância para evitar as complicações, potencialmente fatais, desta infecção. O paciente portador de alguma doença reumatológica, especialmente aqueles que fazem uso de medicações imunossupressoras, são considerados população de risco. Ou seja, devem estar muito bem informados e realizarem todas as medidas de prevenção possíveis para essa doença. Segue-se abaixo as principais dúvidas sobre essa doença:

 

 

O que é Gripe ou Influenza sazonal?

 

  Trata-se de uma infecção do sistema respiratório geralmente benigna e autolimitada, causada pelo vírus influenza A, B e C. O vírus influenza C por causar apenas infecções respiratórias brandas, não possui impacto na saúde pública e não está relacionado com epidemias. O vírus influenza A e B são responsáveis por epidemias sazonais, sendo o vírus influenza A responsável pelas grandes pandemias. Os vírus influenza A são classificados em subtipos de acordo com as proteínas de superfície, hemaglutinina (HA ou H) e neuraminidase (NA ou N). Dentre os subtipos de vírus influenza A, os subtipos A (H1N1) e A (H3N2) circulam atualmente na população. Alguns vírus influenza A de origem aviária, como o caso do A (H7N9), também podem infectar humanos causando doença grave.

 

 

Quais os sintomas?

 

  A Gripe, ou Influenza sazonal, inicia-se em geral com febre alta, seguida de dor muscular, dor de garganta, dor de cabeça, coriza e tosse seca. A febre é o sintoma mais importante e dura em torno de três dias. Os sintomas respiratórios, como tosse, tornam-se mais evidentes com a progressão da doença e mantêm-se em geral de três a cinco dias após o desaparecimento da febre. Alguns casos, principalmente em pessoas de risco (idosos, crianças eimunodeprimidos) apresentam complicações graves, como pneumonia, necessitando de internação hospitalar.

 

 

Qual é a diferença entre gripe e o resfriado?

 

  O resfriado também é uma doença respiratória frequentemente confundida com a gripe, mas é causado por vírus diferentes. Os vírus mais comuns associados ao resfriado são os rinovírus, os vírus parainfluenza e o vírus sincicial respiratório. Os sintomas do resfriado são mais brandos e duram menos tempo, entre dois e quatro dias. Os sintomas incluem tosse, congestão nasal, coriza, dor no corpo e dor de garganta leve. A febre é menos comum e, quando presente, é em temperaturas baixas.

 

 

Como ocorre a transmissão?

 

  A Influenza pode ser transmitida de forma direta por meio das secreções das vias respiratórias de uma pessoa contaminada ao espirrar, ao tossir ou ao falar, ou por meio indireto pelas mãos, que após contato com superfícies recentemente contaminadas por secreções respiratórias de um indivíduo infectado, podem carrear o vírus diretamente para a boca, nariz e olhos. 

 

 

Como se prevenir da Influenza?

 

  Para redução do risco de adquirir ou transmitir doenças respiratórias, como vírus Influenza, orienta-se que sejam adotadas medidas gerais de prevenção, chamadas de “etiqueta respiratória”, tais como:

- Lavagem e higienização das mãos, principalmente antes de consumir algum alimento; 
- Utilizar lenço descartável para higiene nasal; 
- Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir; 
- Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca; 
- Higienizar as mãos após tossir ou espirrar; 
- Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas; 
- Manter os ambientes bem ventilados; 
- Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe;
- Adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos.

 

 

Porque é importante a vacinação?

 

  A vacinação anual é a principal medida utilizada para prevenir a doença, reduzindo seu agravamento, especificamente nos grupos de maior risco para desenvolver complicações. A vacina da gripe é opcional, todos (crianças maiores de 6 meses) podem ser vacinados e está disponível na rede privada (inclusive disponibilizada por alguns convênios) e pública. O Ministério da Saúde recomendada vacinação anual contra influenza para os grupos-alvos definidos, mesmo que já tenham recebido a vacina na temporada anteriorpois se observa queda progressiva na quantidade de anticorpos protetores. Esta recomendação é válida mesmo quando a vacina indicada contém as mesmas cepas utilizadas no ano anterior. Sabe-se que a influenza ocorre durante todo o ano, mas é mais frequente no outono e no inverno, quando as temperaturas caem. A vacina é capaz de promover imunidade durante o período de maior circulação dos vírus reduzindo o agravamento da doença. No geral, a detecção de anticorpos protetores se dá entre 2 a 3 semanas após a vacinação e, em média, confere proteção de 6 a 12 meses, sendo que o pico máximo de anticorpos ocorre após 4 a 6 semanas da vacinação. Por esse motivo, a vacinação é anual e busca proteger a população alvo da campanha contra as cepas que mais circularam no ano anterior. A vacina é contraindicada para as pessoas com alergia grave a ovo, pois pode conter ovoalbumina, uma proteína do ovo responsável por reações alérgicas. Os efeitos colaterais são insignificantes se comparados com os benefícios que pode trazer prevenindo uma doença que pode causar complicações graves. 

 

 

Qual a vacina ofertada no SUS?

 

  A vacina influenza ofertada no SUS é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e produzida no Brasil pelo Instituto Butatan em parceria com o laboratório privado Sanofi Pasteur. A vacina da campanha de 2016 é trivalente e protege contra os tipos de vírus A (H1N1), A (H3N2) e Influenza B, que são os de maior importância epidemiológica, de acordo com a própria OMS.

 

 

Qual o público alvo da Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza?

 

  O público alvo da vacinação contra influenza no SUS são crianças de seis meses até cinco anos, gestantes, puérperas, idosos, indígenas e pessoas com doenças crônicas não transmissíveis (como por exemplo, doenças reumatológicas, hipertensão, diabetes, asma, insuficiência renal, obesidade grau III, etc.), imunossuprimidos e transplantados, as quais têm mais risco de ter complicações graves em decorrência da influenza. Além disso, também fazem parte do público alvo profissionais da saúde, pessoas privadas de liberdade e profissionais do sistema prisional.

 

 

Quando ocorre a campanha de vacinação?

 

  Segundo o Ministério da Saúde, a campanha de vacinação acontece em todo o Brasil de30 de abril a 20 de maio.

 

 

Vacina muda todo ano?

 

  Todos os anos a vacina de gripe é atualizada para adequá-la aos vírus circulantes naquela estação. Este ano temos também disponível no Brasil a vacina tetravalente que contempla também um sorotipo de influenza B a mais.

 

 

A vacina pode ser aplicada simultaneamente com outras vacinas?

 

  Tanto as vacinas trivalentes, como as quadrivalente, podem ser aplicadas simultaneamente com as demais vacinas do calendário da criança, do adolescente, adulto ou idoso.

 

 

A vacina contra gripe pode causar gripe?

 

  Não. A Vacina contra gripe é uma vacina inativada e fracionada, o que significa que os vírus estão mortos, não podendo se reproduzir dentro do organismo das pessoas vacinadas; no entanto, podem produzir uma resposta imunológica protetora.

 

 

Por que algumas pessoas mesmo a vacinação ficam doentes?

 

  A vacina protege da gripe, porém, não protege dos resfriados e de outras infecções que também ocorrem no inverno e tem sintomatologia semelhante. Devemos estar atentos ao fato de que cerca de 10% dos indivíduos vacinados podem ter gripe, porém, de uma forma mais branda.

 

 

A vacina pode ser utilizada em imunodeprimidos?

 

  Sendo esta uma vacina inativada, não há restrições de uso em populações imunocomprometidas, que têm a indicação de vacinação especialmente reforçada.Como pode ser o caso de pacientes em uso de medicações imunossupressoras para  tratamento de doenças reumatológicas.

 

 

Como tratar a Influenza?

 

  O tratamento dos sintomas da influenza sem complicações deve ser realizado com medicação sintomática: antitérmicos, hidratação, alimentação leve e repouso. Já nos casos com complicações graves, são necessárias medidas de suporte intensivo. Atualmente, o medicamento antiviral fosfato de oseltamivir é indicado para o tratamento. Lembrando que o tratamento adequado deve ser prescrito pelo médico ao paciente que apresente condições e fatores de risco para complicações ou nos casos em que a doença já se agravou. Em caso de complicações como a pneumonia, o tratamento será específico e normalmente em regime de internação hospitalar.