Doenças cerebrais vasculares como o AVC (acidente vascular cerebral, o popular “derrame”) e o ataque isquêmico transitório são o quarto tipo mais comum de manifestação neurológica do lúpus. E o AVC do tipo isquêmico, onde ocorre uma parada do fluxo sanguíneo cerebral por uma determinada artéria e isquemia daquela área cerebral, é o tipo mais comum. Um estudo recente publicado na revista Arthrits Care e Research nos mostra a frequência, características e desfechos desses eventos em pacientes lúpicos. E tenta elucidar algumas dúvidas... Quem seria o paciente com maior risco para um ACV? Ele ocorreu por causa do lúpus ou de outros fatores de risco?
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Mas “separar as coisas” não é tão fácil assim já que fatores próprios do lúpus como a presença dos anticorpos antifosfolípides e inflamação/ativação do endotélio das artérias, por exemplo, “se misturam” a fatores como hipertensão, obesidade, tabagismo, diabetes e hiperlipidemia (“colesterol alto”) que contribuem também para a aterosclerose acelerada. Além do fato de que o pacientes lúpicos possuem mais problemas cardíacos (insuficiência cardíaca, arritmias) e doenças vasculares. E “tudo junto e misturado” aumentará e muito o risco desses eventos. E isso ocorre especialmente naqueles pacientes com mais idade e tempo de doença.
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Mais o dado interessante é que os casos de AVC em lúpicos normalmente ocorrem nos primeiros 5 anos de doença, especialmente no primeiro ano de diagnóstico. E ao contrário do que poderíamos imaginar o risco é maior em pacientes mais jovens, que ainda não chegaram aos 50 anos, e nesses casos está relacionado a atividade da doença. Ou seja, o lúpus independente de outros fatores como dislipidemia e hipertensão arterial pode inflamar as artérias! E essa inflamação promove um depósito acelerado de colesterol nas artérias, a chamada arteriosclerose acelerada. E o raciocínio pode valer, mas ainda aguarda mais estudos, para outras doenças reumatológicas inflamatórias como artrite reumatoide, espondiloartrites, etc.
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Resumindo... A prevenção começa no primeiro dia do diagnóstico e deve se estender para toda a vida!
Obs: a figura mostra um exame normal!