O Reumatologista está sempre de olho nas sacroilíacas. Essa articulação une o osso sacro da coluna vertebral ao osso ilíaco da bacia, ligando a parte inferior da coluna com a bacia. Sua inflamação, a sacroileíte, está muito associada às espondiloartrites. Quando atendemos um paciente com queixa de dor na região lombar baixa ou acima da nádegas. Especialmente, se essa dor tiver características inflamatórias. Ou seja, melhorar ao movimento e piorar ao repouso, com dor noturna. Já olhamos nosso paciente “com outros olhos”…
ㅤㅤ
Seguimos a investigação solicitando um exame de imagem para averiguar a "existência real" de inflamação nesse local. A radiografia é um exame importante para descartar outras causas. Porém ela não consegue nos mostrar inflamação ativa, apenas os “estragos” dela, após 3 a 7 anos do início da doença. Como a presença de erosões e esclerose óssea até a completa anquilose da sacroilíaca (fusão da articulação). Da mesma forma, a tomografia computadorizada.
ㅤㅤ
A ressonância nuclear magnética (RNM) segue sendo o exame principal para detectarmos a presença, de forma bem precoce, da sacroileíte. Por meio de sequências especiais, a RNM mostra o local do osso inflamado (edema ósseo ou osteíte) “brilhante” (hipersinal). Entretanto, esse edema ósseo não ocorre somente nas espondiloartrites.
ㅤㅤ
A sobrecarga mecânica em pessoas sobrepeso e/ou que fazem exercícios com grande impacto é uma causa comum.
ㅤㅤ
Outras causas incluem artrose, infeção, osteíte condensante, fratura, lesões tumorais ou por metástases e traumas no local.
ㅤㅤ
Pessoas normais, até 27%, podem ter focos de edema ósseo na RNM sem relação com nenhuma doença.
ㅤㅤ
Ou seja, nunca podemos considerar apenas um resultado de exame para estabelecer um diagnóstico, por mais “brilhante” que ele seja. Uma história detalhada, exame físico minucioso e um médico capacitado valem mais que ouro!