A Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) irá divulgar em sua revista, ainda no início deste ano, as novas diretrizes de tratamento para artrite reumatoide (AR). Essa nova diretriz vai incluir princípios básicos de conduta e atualiza o arsenal terapêutico contra a doença. Aproveitando esse momento, gostaria de conversar um pouquinho com vocês sobre o tratamento da AR. Nós Reumatologistas, seguimos sempre à risca as recomendações propostas pela nossa sociedade. É claro, que sempre consideramos o histórico e individualidade de cada paciente. Porém, as “regras” do jogo são claras e protegem o paciente, garantindo sempre o melhor tratamento.
Quando converso com meus pacientes sobre o tratamento da artrite reumatoide, procuramos imaginar ele como uma escada. Onde cada degrau corresponde a um medicamento, e cada “andar” que subimos mudamos uma “classe” de medicamento.No “primeiro andar” temos os medicamentos modificadores do curso da doença (MMCD) sintéticos convencionais, por exemplo o metotrexato (primeira escolha) e a leflunomida. Caso tenhamos subido todos os degraus do primeiro andar sem resposta satisfatória, passamos ao “segundo andar”. Nele estão os medicamentos biológicos (oito opções disponíveis), que podem ser usados como monoterapia (sozinhos), ou em associação com o metotrexate. As novas recomendações de tratamento da SBR incluirão um novo medicamento de uma nova classe, inibidor de JAK, uma proteína que tem papel fundamental no desenvolvimento da AR, que pode ser usado após falha a medicamentos sintéticos convencionais ou biológicos.
Aguardamos essa divulgação para maiores detalhes das novidades. Mas, de qualquer forma, é o que eu sempre digo aos meus pacientes. Cada paciente é único e encontrará sua remissão em um andar diferente dessa escada. E o mais importante, cada vez que “subimos” de degrau, devemos faze-lo com a maior responsabilidade e certeza possíveis. Ou seja, devemos realmente caracterizar uma falha ao medicamento que estava sendo usado. E como diz um velho ditado popular: “Não vamos colocar o carro na frente dos bois”. Ah! Mas nós Reumatologista também não “comemos mosca” e caso for identificado uma falha a substituição do tratamento é prontamente realizada. Por isso, faça seu acompanhamento regular!