VOCÊ TEM FIBROMIALGIA?

Quando escrevo por aqui sobre fibromialgia a resposta em forma de “likes” e comentários é assustadoramente rápida. Digo isso porque lendo alguns comentários virtuais e atendendo pacientes no consultório percebo que na maioria das vezes o diagnóstico de fibromialgia dado a eles é, no mínimo, duvidoso. E ao aprocurar ajuda em “mãos erradas” suas dores podem ser rapidamente rotuladas. Doeu em mais que dois lugares = fibromialgia. Tem dores e depressão ou ansiedade associada = fibromialgia. Pediu FAN e fator reumatoide, estão negativos, mas o paciente continua reclamando de dor = fibromialgia. Está estranho mais quero “me livrar logo do doente” = VOCÊ TEM FIBROMIALGIA. E muitas vezes ainda vem acompanhada da seguinte frase – A culpa é sua! Você não faz exercícios! Trate seu psicológico e tudo vai ficar bem!
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Antigamente tínhamos um conceito de que a fibromialgia seria um diagnóstico de exclusão. Ou seja, descartou-se tudo, então é fibromialgia. Ou que uma vez tendo fibromialgia o paciente não poderia ter outra doença associada, muitas vezes com sintomas semelhantes, ou uma ou a outra. Recentemente uma nova revisão dos critérios diagnósticos de 2010/2011 nos retoma o conceito de que a fibromialgia pode sim estar associada a outras doenças.
Para realizar um diagnóstico preciso o Reumatologista utiliza-se de critérios diagnósticos, sendo o último revisado em 2016, para se guiar nessa jornada: 
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 Dor generalizada, definida como dor em pelo menos 4 a 5 regiões do corpo.

 

 Sintomas presentes em níveis constantes pelo menos por 3 meses.
 

 Pontuação elevadas em índice de dor (onde dividimos o corpo 19 partes).
 

 Escala de severidade de sintomas como fadiga, sono não reparador, sintomas cognitivos, dor de cabeça, dor ou cólicas abdominais e depressão.

Ou seja, para sabermos se é fibro ou algo mais o Reumatologista realiza uma MEGA investigação com uma história muito bem-feita, exame físico minucioso, exames laboratoriais e até de imagem em alguns casos. E somente ele terá o “know-how” para diagnosticar e gerenciar o tratamento multidisciplinar de forma apropriada dessa doença tão complexa e debilitante.